Boletim Vigilância em Saúde
Segunda edição do boletim informativo elaborado pelo Departamento de Vigilância em Saúde do município de Passa Tempo/MG com o objetivo de fornecer informações de interesse para a população e os profissionais de saúde.
Publicado em 11/06/2018 13:45
Boletim Vigilância em Saúde
Município: Passa Tempo/MG
Edição 02/ Número 02
Mês/Ano: Abri/2018
Elaboração:
Cláudia Brasil Rodrigues Braga (Secretária Municipal de Saúde)
Olívia Aparecida Faleiro Resende (Coordenadora da Epidemiologia)
Colaboração:
Enfermeiras: Aparecida, Andréa, Thaís Odília, Thaís Ribeiro e Warley.
Equipe de Endemias: Joana Darc, Vera Lúcia, José Manuel, Deyviane, Evelin, Valdirene, Lúcio e Ana Carolina.
Agentes comunitários de saúde (ACS): Cátia, Melina, Simone, Alessandra, Luana, Rita de Cássia, Simone Souza, Darquinha, Jânia, Luciana, Marlene, Elma, Ana Paula, Lucivane, Vanessa, Cassilda, Sandra, Sueli, Jéssica, Ádria e Josiane.
Técnicas e Auxiliar de enfermagem: Tuanny, Sheila, Evandro, Vânia, Elizângela e Gleicimara.
Membros do comitê interinstitucional em combate à dengue, chikungunya e zika vírus.
Veterinário: Bertrand.
Funcionários da oficina de reciclagem.
AÇÕES DE PREVENÇÃO DA VACINA DE FEBRE AMARELA
Resumo
Esta é a segunda edição do boletim informativo elaborado pelo Departamento de Vigilância em Saúde do município de Passa Tempo/MG com o objetivo de fornecer informações de interesse para a população e os profissionais de saúde e assim se tornar um instrumento informativo que possa ser usado para o desenvolvimento da organização e do planejamento de ações, com definição de prioridades, cujos reflexos beneficiam a relação entre os serviços de saúde e seus usuários. Nesta edição abordaremos as ações de prevenção em combate à doença de febre amarela, que vêm sendo realizadas desde janeiro do corrente ano.
Introdução
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, causada pelo vírus da febre amarela, um arbovírus protótipo do gênero Flavivirus, transmitido por artrópodes, e que possui dois ciclos epidemiológicos de transmissão distintos: silvestre urbano. No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus, não são transmissores. Os vetores/transmissores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes no nosso meio. O homem participa com um hospedeiro acidental ao adentrar em matas, sem estar devidamente imunizado. No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados. Não há transmissão de pessoa a pessoa. O período de incubação varia de 3 a 6 dias após a picada do mosquito, embora se considere que possa estender até 15dias. Ocorrência de suspeita de febre amarela deve ser notificada imediatamente e investigada o mais possível, pois se trata de uma doença grave e de notificação compulsória internacional, todos os casos suspeitos devem der informados às autoridades sanitárias locais pelo profissional que prestou atendimento, em até 24 horas. O Ministério da Saúde indica dose única da vacina de amarela, a medida é válida a partir de abril de 2017. A adoção de dose única atende as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS). A população alvo a ser vacinada são as crianças de 9 meses a 59 anos de idade. Pessoas acima de 60 anos podem ser vacinadas, mas é fundamental que o profissional de saúde faça a avaliação, perguntando se a pessoa não se enquadra nas contra indicações já determinadas antes de administrar a vacina. Em nosso município foram vacinadas as pessoas que não tinham registro vacinal da febre amarela, independente da faixa etária, por se tratar de área risco. O município de Passa Tempo possui quatro Equipes de Saúde da Família (ESF), sendo duas equipes com salas de vacinas responsáveis pela área urbana e rural, sendo 100% da população coberta pelas equipes.

Objetivo
Diante do agravo da doença de febre amarela no Estado de Minas Gerais, nosso objetivo é levar conhecimento e informação para população passatempense por meio de ações de prevenção.
Metodologia
Inicialmente foi realizada uma reunião com as enfermeiras das Unidades de Saúde ESF, com a Coordenadora da Epidemiologia e com a Secretária Municipal de Saúde, para discutir as ações de prevenção em combate à febre amarela, considerando-se as orientações da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis e de funcionários da Secretaria do Estado de Minas Gerais.
Tabela 01: Descrição das ações, profissionais responsáveis e objetivos de prevenir a doença de febre amarela no município de Passa Tempo/MG.
Ação
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Profissional responsável
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Objetivo
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Elaboração do plano de ação conjunto entre vigilância em saúde e atenção primária à saúde.
Prevenção de febre amarela 2017/2018.
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Coordenadora da Epidemiologia
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Conscientização e imunização de toda população.
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Intensificação da vacina de febre amarela (varredura) na zona rural e zona urbana de pessoa a pessoa; intensificação vacinal (varredura) nas empresas, laticínios e mineradoras do município.
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Enfermeiras e ACS
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Imunização de toda população.
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Realizado o dia D (27/01/18) para vacinação de FA (divulgado para população).
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Enfermeiras, técnicos de enfermagem e auxiliar de enfermagem
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Imunização dos usuários trabalhadores.
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Realizada educação continuada em todas as unidades de saúde (o que é a doença, fatores de risco, transmissão, sintomas, tratamento e prevenção).
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Coordenadora da Epidemiologia
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Informar, orientar e conscientizar os profissionais das unidades (enfermeiras, técnicos de enfermagem, auxiliar de enfermagem e ACS).
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Elaborado um termo de recusa para o usuário que não quiser vacinar de febre amarela.
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Coordenadora da Epidemiologia
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Respaldar os profissionais de saúde (enfermeiras e ACS).
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Implantação do manejo clínico e fluxograma para atendimento de febre amarela para os profissionais de saúde da atenção primária e do hospital São Gabriel.
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Coordenadora da Epidemiologia
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Seguir o mesmo protocolo de atendimento e acolhimento.
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Ampliação dos horários de trabalho de funcionárias responsáveis pela digitação do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI).
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Enfermeiras, técnicos de enfermagem e auxiliar de enfermagem
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Registrar todas as vacinas no SIPNI.
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Em reunião do Comitê Interinstitucional Dengue, Chikungunya e Zika Vírus, ficou decidido, em inserir as ações de febre amarela no comitê e decidido em realizar o multirão de limpeza com distribuição de panfletos, orientação aos moradores e coleta do lixo por caminhão para toda população.
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Coordenadora da Epidemiologia, equipe de endemias, enfermeiras, ACS, Membros do Comitê e Coordenador da Atenção Primária.
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Diminuir focos de mosquitos e conscientização da população.
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Realizada Pesquisa Vetorial Especial (PVE), borrifação com bomba costal e borrifação mecânica no Povoado da Aguadinha.
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Equipe de endemias
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Eliminação dos vetores, diminuir focos de mosquitos e conscientização da população.
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Realizada busca ativa para atribuição de necropsia de primatas não humanos mortos.
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Veterinário
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Encontrar primatas não humanos mortos ou doentes para coleta de material biológico, para realização de exame laboratorial de diagnóstico da febre amarela.
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Realizada entomologia em áreas de risco onde houve episódios de epizootias, os animais mortos (macacos) em estado de putrefação, onde não viável a coleta de material biológico para análise laboratorial, foram enterrados e realizada ação educativa para vacinação da febre amarela no povoado e notificado.
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Veterinário
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Captura de mosquitos (vetores da febre amarela), na zona rural(mata fechada) por meio de "isca humana", para realização da característica morfológica e presença do vírus da febre amarela através de microscopia.
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As ações de prevenção iniciaram em Janeiro de 2018 e continuam até o momento (intensificação vacinal) de pessoa a pessoa.
Resultados
As ações foram realizadas nas Unidades de Saúde, envolvendo também a Equipe de Endemias, o Hospital e o Comitê Interinstitucional de Combate à Dengue, Chikungunya e ZikaVírus. Assim, foram discutidas e planejadas ações de febre amarela nas reuniões do Comitê. Durante o período das ações de febre amarela foi realizada a intensificação vacinal (varredura) de pessoa a pessoa, possivelmente atingindo a população que não estava imunização. A figura abaixo mostra a população que vacinou de febre amarela no período de janeiro a março de 2018, de acordo com o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI).
Discussão
Por meio das ações de prevenção da febre amarela foi possível realizar a busca ativa de pessoa a pessoa (intensificação vacinal) de toda população do município, com proposta de imunizar cada usuário, quando o mesmo não tinha cartão de vacina, registro no cartão espelho e não sabia se vacinou, recebia a vacina de febre amarela. As enfermeiras e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) ficaram responsáveis por sua micro área,realizando assim a prevenção da doença de febre amarela. O usuário que não queria vacinar, assinava um termo de recusa, que foi elaborado pela coordenadora de epidemiologia. Pode-se perceber, que durante as ações realizadas e propostas, houve dúvidas e questionamentos dos funcionários e usuários, principalmente dos usuários devido a mudança do calendário vacinal, sendo no momento uma dose da vacina de febre amarela registrada no cartão.Dessa forma as ações de prevenção da doença de febre amarela que foram realizadas tiveram como objetivo contribuir e conscientizar toda população, evitando assim novos casos de febre amarela no município.
Conclusão
Os resultados alcançados das ações de febre amarela realizadas no município de Passa Tempo foram satisfatórios. Assim, no entanto, foram realizadas várias ações de prevenção, houve reuniões, educação continuada e orientações, envolvendo os profissionais das unidades de saúde, enfermeiras do Hospital São Gabriel, equipe de endemias e o comitê interinstitucional em combate à dengue, chikungunya e zika vírus, inserindo as ações de febre amarela.
Agradecimentos
O Departamento Municipal de Saúde agradece ao excelente trabalho que está sendo desenvolvido pelas Equipes de Saúde de Família (enfermeiras, técnicos de enfermagem, auxiliar de enfermagem, agentes comunitários de saúde), Equipe de Endemias, Coordenadora de Epidemiologia e membros do Comitê Interinstitucional da Dengue, Chikungunya e Zika Vírus.
Referências bibliográficas
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Nota Informativa nº 94/2017. CGPNI/DEVIT/SVS/MST. Brasília/DF. 10 abr. 2017.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. SIPNI: Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização. Consolidado de doses aplicadas - município de Passa Tempo. Maio, 2018.
SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS. Manejo Clínico Febre Amarela. Belo Horizonte: 2017.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PASSA TEMPO
DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE SAÚDE
por PMPT